quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Porque não contei aos meus pais...

Os meus pais, casal entre os 60 e os 65 são pessoas muito conservadoras, em especial o meu pai, a minha mãe tem uma mente um pouco mais aberta. Vivem onde sempre viveram e onde também eu vivi até aos meus 18 anos, altura em que tive que sair para estudar, pois a universidade mais próxima era, na altura, a cerca de 70 km. Têm valores e ideias muito convictas, são boas pessoas, têm bom coração e tratam toda a gente bem, já ouvi o meu pai dizer inclusive que, se algum dos filhos fosse homossexual, não teria outro remédio senão aceitar...
Muito bonito, tudo isto, mas sei que não é assim! Pois para mim não é só uma questão de aceitar ou não, e sei que nunca iam deixar de gostar de mim, de gostar de nós, mas sei que lhes ia causar um sofrimento atroz e não vejo nem sinto necessidade disso. Para eles, a Margarita é "outra filha", já há muito tempo que não sou eu, somos nós, está implícita a presença dela em todos os acontecimentos familiares, as conversas de família, mais intimas, são tidas quer ela esteja presente ou não, ou seja, sei que gostam dela e que a respeitam, e isso é o que me importa!

Há uns anos, a minha mãe teve um problema grave de saúde (do qual felizmente recuperou), os transportes para os tratamentos, a companhia durante os mesmos foi dividida entre o meu irmão, a minha menina e eu, "os meus 3 filhos", como chegou a dizer na altura, deixando-me com a lágrima no canto do olho. Nunca a ouvi referir-se assim à minha cunhada, e sei que gosta muito dela, todos gostamos, mas é diferente!
Oficialmente, ninguém sabe na minha família! Não senti necessidade de contar, não por estar insegura, nada disso, mas porque nos aceitam assim, porque nos tratam bem!


Cobardia minha, eu sei...

12 comentários:

Anônimo disse...

Não consideraria cobardia. Antes pelo contrário...
Se ela é bem aceite e está integrada na família se calhar já não há necessidade de verbalizar, atribuir nomes ou catalogar certas coisas que simplesmente já são e estão à vista de quem quiser ver... ;)

És uma mulher cheia de sorte! :)

*bj p/2*

Margarita disse...

Amor, eu adoro a tua familia,faço parte dela, pelo menos da mais proxima que é a realmente importante, as tuas sobrinhas são tão minhas como se fossem do meu proprio sangue...se decidires contar, eu vou estar presente, entretanto so me interessa que a nossa relação funcione,que sejamos felizes e pronto!
Te quiero!

Anônimo disse...

Cobardia amiga era fugires de quem amas para dares satisfações a uma sociedade vazia de valores e podre.
Eles, os teus pais, em especial a tua mãe pela sensibilidade que as mulheres possuem e que estupidamente lhe chamam o 6º sentido, já o percebeu e aceitou faz muito tempo.
Vivam, sejam felizes. Apesar de não vos conhecer senão pela blogosfera tenho uma enorme simpatia e carinho pela vossa relação, despida de preconceitos e tão plena em sentimentos.
sejam felizes se fazem o favor...

Silver disse...

Isso não é cobardia. É sim exactamente o que disseste: Não sentir necessidade de o fazer. Tou con(tigo)vosco. E se ias causar-lhes sofrimento, então não há mesmo necessidade, ora! bjiiiinhes :)

Special K disse...

Olá amigas, costumo visitar-vos mas é a primeira vez que vos comento. Não acho que seja cobardia, aliás nem precisas de contar, por este post dá para ver que a margarita já faz parte da tua família.
Beijinhos e gostei de vos conhecer no outro dia.

Inha disse...

Muitas vezes só contamos quando somos confrontados com a situação.ou seja, quando nos encostam à parede!!
Normalmente, acaba por ser muito mais cómodo para pais e filhos o fingir que ninguém sabe o que acontece na realidade..todos têm medo das reacções uns dos outros..e todos deixam a coisa andar...!! O contar pode ser muito doloroso (há quem diga que os pais aceitaram bem...) para ambas as partes, mas acaba por compensar! Podes ter a certeza disso!
Beijos às duas flores!!
(ah, e os pais normalmente não são cegos nem estúpidos..eles sabem, só não querem falar nisso!)

Alma Nova ® disse...

Não é cobardia viver o amor que se sente, sim o contrário! Não é cobardia não falares aquilo que afinal não precisa de ser dito. Vivam felizes vocês duas, prezem o vosso amor acima de tudo o resto, afinal esse sentimento é o único que dá razão à nossa vida.
Jokitas.

Angell disse...

Não é cobardia! O importante é o viver do vosso amor! :))

Aliás a Margarida pelo que contas, já é parte integrante e importante na tua família! Isso é que importa! :))

Sejam felizes!

Bjs para as duas!

Miminho disse...

se a relação é assim tão boa não vejo poque contar... só iria causar penso eu uma desilusão:( porque uma relação como a nossa só é compreendida quem vive nela...
a minha pantufinhas também tem uma relação muito próxima com os meus pais... mas também foi por isso que os meus pais começaram a desconfiar de mim porque quando tou com ela sinto uma enorme vontade de ter contacto físico, de a abraçar... coisa que nem sempre conseguia controlar, e que também eles não achavam muito :( mas foi só umafase menos boa que já passou...
Beijinhos e muitas felicidades pas 2

Unknown disse...

percebo porque consideras cobardia..medo que deixem de aceitar pq de repente deixa de ser como a "irmã" para ser a "namorada" ne? e isso traz constrangimentos a grande parte das pessoas, porque a sociedade impoe.. E nao é que a sociedade mande mas..lá que tem muita força, lá isso tem.

[espero que nao se importem q tenha comentado. Quando quiserem passem la por "casa" ;)]

Anônimo disse...

Péssima utilização do termo cobardia.

Há uma aceitação da Margarita no seio dos teus familiares, o que é um sinal de compreensão. Perante ela e perante ti.

Como vês, esse "estatuto" que conquistaram, teve reflexos. O facto de a Margarita ser tratada como "outra filha" é sintomático.

Um beijo para as duas.

aframboesa disse...

Não precisas de contar. . . se vocês se entendem, se partilham uma vida, tanto melhor. Mas sabes, as mães sabem das nossas "coisas" . . . por vezes até se apercebem mas preferem remeter-se ao silêncio e nem tocar no assunto.
O mais importante é saborear os momentos de felicidade, ter saúde e força para enfrentar e ultrapassar todas as adversidades.
Vais-te dar conta, quando chegar a altura, e saberás como contar, i guess.

Bisou *